LeBRECHÓ

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Aqui uma amostra de que pode encontrar no LeBrechó: fotos de nossos desfiles.

 

LIVRARIAZINHA

A partir de outubro/18 a Casa Lebre passa a acomodar uma LIVRARIAZINHA com poucos e bons títulos.
Esta iniciativa conta com o apoio e curadoria de Julia Bac e Iatã Cannabrava.
Trazemos algumas publicações das Editoras: UBU, Quelônio, Urutau, Madalena, Lote 42, além de algumas publicações independentes.

Bartleby, o escrivão - uma história de Wall Street
Herman Melville
Editora UBU
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"–Você poderia me contar qualquer coisa a seu respeito?'
–Acho melhor não."

Repleto de humor e jogos de linguagem e com estilo que não dá ao leitor possibilidade alguma de abandonar o livro, o clássico de Melville oferece uma reflexão profunda sobre a natureza humana e o modo como nos relacionamos com o mundo. Escrita há mais de um século, a obra nos remete a outros escritores incontornáveis da literatura ocidental, como Kafka e Camus, que marcaram o século XX com suas narrativas sobre o absurdo que pode tomar conta da existência.

 
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Magra de ruim
Sirlanney
Editora Lote 42
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A dor, revolta e fragilidade da cearense Sirlanney estão expostas no livro Magra de Ruim.

A artista faz especulações sobre a dor e a delícia da vida sob um viés feminino. A sexualidade é retratada por diversos prismas, como masturbação, transas, consequências, inconsequências e sensualidade. Sexo, com ou sem amor, a depender do momento.

Vencedor do prêmio Dente de Ouro 2017, Sirlanney publicou originalmente parte de seus quadrinhos na sua página de Facebook homônima, com mais de 240 mil seguidores.

Magra de Ruim é o livro nº 19 da Lote 42.

 

Ensaio de voo
Paloma Vidal
Editora Quelônio
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Ensaio de voo é uma ficção que flerta com o ensaio e a memória familiar. Neste relato vertiginoso, a protagonista está no avião e escreve no bloco de notas de seu celular. Impactada por dois livros, que lê durante o voo, sobre mulheres que deixaram tudo para trás para morar na Europa, ela passa a rever a própria história e a relação com a irmã. O relato investiga sua inquietação sobre temas como a mudança, o exílio e os impasses afetivos e materiais da vida contemporânea. Capa com as ilustrações impressas a partir de clichê tipográfico, guardas com ilustrações de manual de segurança de voo e texto composto em linotipo impresso em azul sobre papel AG azul.

Todo poeta é um bar
Fabrício Corsaletti
Editora Quelônio
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Esta edição da Quelônio foi feita inteiramente em processos artesanais de composição de texto (linotipo e tipos móveis), impressão (tipografia e carimbo) e acabamento (costura aparente, à máquina), nas instalações da tipografia da editora. 
A tiragem do livro é de 400 exemplares numerados.

 

Desenhos Invisíveis
Gervasio Troche
Editora Lote 42
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O livro Desenhos Invisíveis é uma compilação das ilustrações do uruguaio Gervasio Troche, publicadas na internet entre 2009 e 2012. Com extrema sensibilidade e traços singelos, o artista mostra ao longo do livro um conjunto de desenhos lúdicos em preto e branco sem usar palavras.

“Suas histórias não têm diálogo e muitas vezes se resolvem em uma imagem, como “poemas gráficos” que revelam perspectivas inusitadas e mais gentis do cotidiano”, diz o jornal Folha de S.Paulo. Os quadrinistas Fabio Zimbres e Adão Iturrusgarai escreveram os prólogos da edição brasileira da obra.

Desenhos Invisíveis é o livro nº 7 da Lote 42.

 

Avião de alumínio
Manoel Ricardo de Lima e Júlia Studart
Editora Quelônio
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Um poema escrito a quatro mãos por Júlia Studart e Manoel Ricardo de Lima, com desenhos de Mayra Redin, feito com acabamento artesanal, costurado à mão e projeto gráfico de Sílvia Nastari. O poema persegue um pequeno avião, um "peixe mecânico" entre Moby Dick e o Pavão Misterioso, que começa no deserto do mar e não para de avançar como um "garrancho gráfico" em sobrevoo a "uma cidade queimada de sol". Através do corpo e dos sentidos abertos da criança, o brinquedo e a ação livre, cada linha do poema arma um contraplano político para o semiárido, desde a desolação das coisas práticas até a aparição de personagens como Antônio Conselheiro e o Padre Ibiapina. O livro se expande num jogo interrogativo de como criar "forças de existência" em contraponto à ideia afirmativa das "formas de resistência".

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Martin Parr
Val Williams
Editora Phaidon
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Seu olhar preciso combinado com o tratamento impar de cor que usa em suas fotografias transformaram Martin Parr no maior fotógrafo documentarista da atualidade. Nascido em 23 de maio de 1952, é um fotógrafo britânico, fotojornalista e colecionador de álbuns fotográficos. Conhecido por seus projetos fotográficos que trazem uma visão intimidadora, satírica e antropológica sobre os aspectos da vida moderna, em particular, documentando as classes sociais da Inglaterra, e mais amplamente a riqueza do mundo ocidental. 

 

Eu sou a monstra
Hilda Hilst
Editora Quelônio
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Hilda Hilst escreveu em diversos gêneros literários, mas nunca publicou um livro infantil. Eu sou a Monstra: Hilda Hilst para crionças é a primeira publicação da autora para esse público. Hilda tinha uma relação de estranhamento com as crianças. Mas esse poema, escrito para Daniel Fuentes, filho de seu amigo José Luiz Mora Fuentes, é um exemplo de como a obra da autora alcança até as “crionças”, como Hilda se referia aos pequenos. 

A capa usa tipos móveis antigos. No miolo, o poema foi feito em linotipia. Os desenhos de Hilda Hilst foram reproduzidos em clichês de zinco com impressão tipográfica. A edição é numerada, com tiragem de 510 exemplares. 

 

Noite afora, noite adentro
Betina Samaia
Editora Madalena
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A fotografia química sempre teve dificuldades para se aventurar em situações de pouca luminosidade. A nova fotografia digital é uma ferramenta muito mais sutil em baixa luz e é ela que Betina Samaia tem à mão para dar visibilidade às tonalidades e às luminosidades praticamente invisíveis a olho nu. O resultado deste trabalho é o que a fotógrafa apresenta com o fotolivro Noite afora, noite adentro.

 

Ramos
Julio Bittencourt
Editora Madalena
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A série Ramos é o resultado de quatro verões que Julio Bittencourt passou no Rio de Janeiro, registrando os banhistas que frequentam o Piscinão de Ramos. Seu olhar fotográfico despido de preconceitos e de ironia perfaz um retrato singular desse espaço inusitado onde a população desfruta de momentos de prazer e ao mesmo tempo lida com problemas como violência e poluição. Ao fim, o fotógrafo Martin Parr comenta em texto as poderosas imagens deste fotolivro.


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Aeroporto
Cassio Vasconcelos
Editora Madalena
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O livro Aeroporto, do fotógrafo Cássio Vasconcellos, é resultado de um ano de trabalho com milhares de fotografias em diversos aeroportos no Brasil e Estados Unidos de onde criou o seu “aeroporto imaginário”. A imagem final, única, de grandes dimensões foi fragmentada em 32 partes, cada página com detalhes de aviões, carros e tudo que envolve os locais. A publicação é da editora Madalena, com coordenação de Claudia Jaguaribe e projeto gráfico de Mariana Lara Resende. Com capa de acrílico e encadernação especial, o livro convida o leitor a remontar o grande aeroporto, como quiser, ao destacar as páginas.

Procurando Iracema
Jorge Bodanzky
Editora Madalena
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Este livro foi produzido a partir da captura de fotogramas de filmes super-8 realizados pelo cineasta Jorge Bodanzky em Manaus e na Rodovia Transamazônica, que serviram de base para o filme Iracema, uma Transa Amazônica, de 1974, co-dirigido por Orlando Senna.

 

Jacaré não
Antonio Prata
Editora UBU
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“Todo dia bem cedinho a Luiza acorda, tira o pijama e veste a roupa. Ela veste a calcinha, veste a calça, veste a meia, veste a camiseta, veste o casaco e veste o... Jacaré! Jacaré? Não! Jacaré não é roupa, jacaré é bicho! Que maluco!”.

Com uma estrutura simples, o cronista Antonio Prata provoca o riso ao descrever cenas que seriam corriqueiras, não fosse a inesperada presença de um jacaré. A experiência com seus dois filhos pequenos fez o autor refletir sobre o que faz as crianças dessa idade darem risada, descobrindo que o aparecimento de um elemento estranho em uma enumeração ordenada de objetos familiares tem esse efeito. Daí nasceu o livro, que brinca com a ideia de um jacaré surgir em meio a atividades cotidianas, como tomar banho e ir à escola. Sorrateiramente, o curioso animal aparece no universo infantil e transforma completamente a normalidade da cena anterior. 

 A narrativa vem acompanhada de ilustrações criativas que mesclam realidade e fantasia. Com texto envolvente e desenhos chamativos que despertam a curiosidade, o livro contribui para a formação visual e literária de novos leitores e é indicado para crianças de 1 a 4 anos.

Alforria Blues
Julia de Carvalho Hansen
Editora Quelonio

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Alforria Blues é um poema sobre um momento apocalíptico, em que a sensação do eu-lírico coincide com a destruição iminente, mas incerta, do Universo. A partir deste momento-limite, que dá ensejo aos versos, é também um poema de amor e de amizade, construído por meio de imagens em que o sentimento afetivo é atravessado por sensações telúricas e astrais. O teor mítico dos versos (“no princípio era a dança e era a caça”) coincide com um diagnóstico sobre a nova geração (“me poupem do barbarismo afetivo e frouxo desta geração”), recorrendo a uma linguagem que flerta, de forma crítica, com a poesia marginal dos anos 1970 e com os procedimentos contemporâneos de apropriação e montagem. O texto foi composto por meio de um processo de colagem, a partir de textos publicados pela autora em seu blog, que leva o mesmo nome de Alforria Blues. O poema faz parte do segundo livro da autora, escrito em Lisboa, alforria blues ou Poemas do destino do mar (Chão da Feira, 2013). Edição artesanal de 400 exemplares numerados, capa impressa a partir de tipos móveis, corpo do poema em linotipia, e costura aparente à máquina, em duas cores: azul ou rosa.

Bagagem
Troche
Editora Lote 42

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Bagagem é a segunda coletânea de desenhos do artista uruguaio Gervasio Troche, notório pelas ilustrações mudas, em preto e branco, com altas doses de poesia gráfica. Cada aquarela escancara múltiplas possibilidades de interpretações.

As páginas não trazem referência a fatos ou época. Os desenhos são uma espécie de respiro, um oásis onde as leis da física podem ser vertidas para fins de devaneios oníricos. Elegante, a linha de Troche é influenciada por artistas como Sempé e Saul Steinberg.

“Troche, cuja pátria parece ser o imenso campo de estrelas, é um cozinheiro de delícias, não de banquetes. Bagagem é um livro múltiplo, pois nos representa as especiarias que andamos esquecendo em ideias que não se exaurem numa única leitura”, diz a cartunista Laerte sobre a obra.

 

Capitalismo tardio e os fins do sono
Jonathan Crary
Editora UBU

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A disponibilidade para consumir, trabalhar, compartilhar, responder, 24 horas por dia, 7 dias por semana, parece ser a tônica da contemporaneidade. Jonathan Crary faz um panorama vertiginoso de um mundo cuja lógica não se prende mais a limites de tempo e espaço. Uma sociedade que funciona sob uma ordem que põe à prova até mesmo a necessidade de repouso do ser humano – a última fronteira ainda não ultrapassada pela ação do mercado.

Passando por referências como Godard, Deleuze, Aristóteles, Arendt e inúmeras outras, o livro ressalta ainda a importância do universo onírico, ameaçado pelas visões atuais que “tratam o sonho como um mero ajuste autorregulatório da sobrecarga sensorial da vigília”. 24/7 – capitalismo tardio e os fins do sono é uma instigante e perturbadora análise da realidade contemporânea. 

Elementos do estilo tipografico
Robert Bringhurst
Editora UBU

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Escrito e projetado pelo tipógrafo, ensaísta e poeta norte-americano Robert Bringhurst, Elementos do estilo tipográfico reúne e discute em profundidade a história da tipografia ocidental em uma linguagem deliciosamente acessível. Não à toa, o livro se tornou referência absoluta para qualquer um que deseja conhecer ou se aprofundar no uso e desenho de tipos: abrangendo mais de 500 famílias tipográficas, seus designers e as minúcias do ofício, a obra fornece ao leitor um panorama completo de usos e práticas, ao mesmo tempo em que possibilita uma reflexão aprofundada sobre o tema. Trata-se certamente de uma das obras mais fundamentais sobre o tema já publicada.  

Como afirma o autor: "O estilo literário é o poder de mover-se livremente pelo comprimento e pela largura do pensamento linguístico sem deslizar para a banalidade. Estilo tipográfico, neste sentido amplo da palavra, não significa nenhum estilo em particular, ´meu estilo, ´seu estilo´, ´neoclássico´ ou ´barroco´, mas o poder de mover-se livremente por todo o domínio da tipografia e de agir a cada passo de maneira graciosa e vital, sem ser banal". É essa pretensão, de dar ao leitor as informações necessárias para alcançar essa liberdade instrumental e, sobretudo intelectual, o que diferencia o livro de Bringhurst dos manuais práticos, dos compêndios históricos e dos volumes introdutórios sobre o assunto.

EntreVistas
Claudia Jaguaribe
Editora Madalena

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“É a continuação do trabalho que começou com Sobre São Paulo, só que agora fotografei a cidade, com seus contrastes, de dentro das casas, além de mostrar os próprios ambientes e os moradores”, conta Claudia. “Ampliei o projeto, que é resultado de uma extensa pesquisa e tem desdobramentos muitos diferentes, incluindo uma exposição que mostra imagens dos dois livros, fotoesculturas, projeções, e um APP”, completa.

Sem nenhuma palavra escrita, o livro reúne imagens panorâmicas de espaços interiores, mostrando seus habitantes e suas janelas para o mundo exterior, sempre no cair do dia. A escolha de fotografar nesse horário se deve ao desejo de encontrar as pessoas em casa, após o trabalho. “Em Entrevistas temos uma espécie de inversão da visão que se tem no primeiro livro, contrapondo a colossal massa construída da cidade observada de longe, das fotos aéreas e de coberturas, a uma dimensão mais íntima, observada de dentro das casas, daí o título”, comenta a fotógrafa.

As pessoas fotografadas foram entrevistadas, e a partir das conversas foi montada uma visão do conjunto. No APP, além das imagens dos dois livros, estão presentes as entrevistas, imagens em vídeo de percursos na cidade e detalhes das casas. Para a Editora Madalena, cada projeto precisa de interfaces diferentes e, desta forma, o livro e o APP Entrevistas são obras complementares.

 

Fotografia e poesia
Adolfo Montejo Navas
Editora Madalena

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Dois universos estéticos distantes, a fotografia e a poesia, são aqui conectados pela sensibilidade e erudição do poeta, crítico e curador Adolfo Montejo Navas, que mereceu pelo ensaio o prêmio Marc Ferrez de Fotografia em 2015, na categoria Reflexão Crítica.

Com uma análise refinada, o autor vai traçando afinidades eletivas, alianças e reverberações, evidenciando diálogos, conceitos e referências poéticas entre esses dois universos. De um lado, encontramos a fotografia, linguagem que influenciou e influencia de maneira marcante a contemporaneidade; de outro, a poesia, em certo sentido uma “relíquia” em nossos tempos, mas que continua a inspirar a humanidade desde a Antiguidade. Nessa cartografia fronteiriça a imagem se destaca como matriz comum, uma defesa expandida da poiesis como linguagem da criação inaugural. 

Ao percorrer a fotografia do século XX, o crítico trata das inescapáveis questões contemporâneas que essa linguagem traz, como seu permanente processo de transformação por sucessivas inovações técnicas, em especial a mais recente revolução digital. Falar da fotografia hoje é falar de um momento em que já não cabem classificações taxativas – esvai-se cada vez mais a distinção entre fotógrafos e artistas que utilizam a fotografia, por exemplo. Já a poesia é vista aqui não como sinônimo de poema, mas sim como uma forma particular de conhecimento.

Morfo-Corporea
Fernanda Costa
Editora Urutau

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Caro(a) leitor(a), a leitura deste livro é um delicioso exercício para aquele(a) que se descobre cotidianamente. Um exercício que visa perseguir a compreensão dos significados da vida e dos modos que se apresentam para vivê-la a partir da poesia. Por fim, desejo a todos(as) que leem os sorrisos, as caretas e as lágrimas (de alegria): as espontâneas reações de contemplação. À Fernanda, agradeço o espaço concedido e o carinho dado às minhas simples opiniões. Ouso, mesmo que só no fim, dedicar-lhe Rubem Alves: “Somos donos dos nossos atos, mas não donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não pelo que sentimos. Podemos prometer atos. Não podemos prometer sentimentos(...) Não se podem prometer sentimentos. Eles não dependem da nossa vontade. Sua existência é efêmera. Como o
voo dos pássaros...

 

Pagode Russo
Iatã Cannabrava
Editora Madalena

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Iatã Cannabrava esteve na Rússia em 1985 para participar do Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes pela Paz Mundial. Foi testemunha do início do fim da Guerra Fria, ou do desmonte da cortina de ferro – “quem sabe, o fato mais importante do milênio que findava”, diz o fotógrafo. O resultado desta viagem, seu primeiro ensaio fotográfico, poderá agora ser visto no livro Pagode Russo.

O título, escrito no idioma russo na capa do livro, é uma referência à canção mais tocada naquele verão, o baião de Luiz Gonzaga – “Ontem eu sonhei que estava em Moscou, dançando pagode russo na boate Cossacou”. Nas imagens, aquela União Soviética, que se mostrava ao Ocidente como um mau supremo, se revela ingênua, generosa e delicada. O autor explica: “onde esperava encontrar rostos duros, encontrei generais repartindo maçãs”.

As 47 fotografias, agora reunidas, são um passeio cromático pela cidade de Moscou. Atual, longe de ser um livro histórico, Pagode Russo confunde o que seria passado, presente ou futuro em imagens que ficaram congeladas. Realizado há quase 30 anos, o ensaio carrega o estilo que acompanha o trabalho do fotógrafo: o olhar dirigido a cenas urbanas, temas comuns, gente simples, onde ordinário tem maior importância e o banal vale mais que o especial.

 
 

Periscope
Jose Diniz
Editora Madalena

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Como se saíssem de um periscópio, as imagens de José Diniz estão reunidas no livro Periscope, que tem coordenação editorial de Iatã Cannabrava, pela Editora Madalena.

Para chegar às 54 imagens eleitas para o livro, José Diniz percorreu o litoral do país, do Maranhão até o Sul – se estendendo ao Uruguai -, por mais de oito anos. São pessoas, prédios, o horizonte, o céu e o próprio mar, de uma perspectiva bem particular, “nem submarina, nem terrestre, sempre na superfície”, diante, sob e sobre o mar.

Diniz é de Niterói e vive entre idas e vindas ao Rio de Janeiro. “Desde criança vivo com o pé na água. Escritores, poetas e filósofos se utilizam da imagem do mar, em todos os seus aspectos. O ser humano está em permanente desafio diante dessa imensidão de água”, diz.

Para reproduzir este olhar contemplador, o fotógrafo optou pelo trabalho imerso, com o objetivo de passar sensações como a ausência de equilíbrio, vertigem, tensão, harmonia, movimento contínuo, o som do mar e o sabor do sal. “Não basta apenas a visão para fotografar nestas condições. É necessário todo o corpo, usando os cinco sentidos. A máquina fotográfica está num ponto abaixo do horizonte e as ondas são montanhas em movimento. Na água, o equipamento incorpora lentes diferenciadas criando novas leituras”, afirma Diniz.



QP
Power Paola
Editora Lote 42

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QP apresenta quadrinhos autobiográficos de uma vida cotidiana de um casal. A narrativa da equatoriana Powerpaola assume um tom intimista e sincero. A autora escancara os quartos, ruas, cafés e florestas que ela, P, e seu companheiro, Q, vivenciaram. Da Austrália à Amazônia, o livro mostra conversas pessoais, alegrias, dúvidas e apertos de uma dupla nômade. Emocionantes capítulos existenciais se depreende até mesmo das situações mais banais.

Assim como os personagens da capa, que se afastam e se aproximam conforme se abre e fecha o livro, QP mostra um relacionamento em transformação. Uma narrativa gráfica cheia de coragem e poesia que toma a vida como matéria-prima. “As linhas vão se juntando, fazendo formas, criando quadrinhos que se juntam formando páginas que parecem mágica”, escreve o artista Fabio Zimbres no prefácio da obra.

Rever
Gabriela Machado
Editora Madalena

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Com mais de 100 milhões de usuários cadastrados, o Instagram é hoje a maior rede social de compartilhamento de fotografias no mundo. Depois de quase três mil publicações em seu perfil, a artista plástica Gabriela Machado viu seu trabalho ser transformado em livro em uma coedição entre a Editora Madalena e a Editora Terceiro Nome, e ser destaque de vendas na última edição do Paris Photo, em novembro de 2014. As 211 imagens selecionadas formam Rever.

Em Paris, o trabalho chamou a atenção do diretor do evento, Julien Frydman, que se surpreendeu e comemorou ao ver um livro de fotografia com fotos feitas pelo Instagram. Frydman chegou a reclamar que “a grande lacuna da feira era a ausência de livros dedicados ao instagram”. No dia seguinte, em visita ao estande da Livraria Madalena, Frydman corrigiu o erro ao conhecer o livro lançado em primeira mão por lá. Declarou, folheando a publicação: “é o primeiro livro-instagram”.

Rever traz imagens cotidianas que revelam a intimidade da autora com as artes visuais. Demonstram o olhar sensível que habilmente brinca com tons e texturas, construindo uma paleta de cores e uma edição de imagens coerente e plástica. “O trabalho da Gabriela tem uma questão cromática que me chama a atenção. Rever é um livro de autor, que não carrega os vícios de um fotógrafo experiente e que se constitui de forma precisa dentro do formato livro. A Gabriela passa a enxergar o próprio trabalho através da fotografia”, declara a fotógrafa Claudia Jaguaribe, que, ao lado da designer Mariana Lara, assina a edição de imagem da publicação.



 

Santuario
Andre Cunha
Editora Madalena

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O livro traz 36 fotografias do ensaio de estréia do fotógrafo André Cunha, que recebeu a Menção Honrosa no ‘Prêmio Brasil Fotografia 2016’. Em busca de pessoas vivendo afastadas da sociedade convencional, André deparou-se com uma família que vive no Sul do Brasil, seguindo um modo de vida pouco comum.

De origem alemã, o patriarca chegou ao país em 1994 onde conheceu e se casou com sua companheira brasileira. Os quatro filhos são alfabetizados pelos pais em português e alemão e vão para a escola rural ao completarem seis anos, destacando-se como excelentes alunos. A família subsiste da agricultura, alheia às comodidades atuais, produzindo seu próprio sustento material e espiritual, calcado em uma vida natural, sustentável e simples, porém repleta de peculiaridades, reflexos de uma proposta alternativa. Junto a uma atitude desprovida de complexidade, coexiste o que poderíamos chamar de excentricidade, seja por seu visagismo, que foge à estética mais tradicional, ou mesmo por seu modo de vida, descartando as benesses do mundo tecnológico, do qual muitos de nós não conseguimos mais viver à margem.
Dentro do universo retratado, onde muitos enxergariam escassez, André Cunha enxergou potência e bele- za. A sensualidade que emana das imagens do dia a dia dessa família nos faz pensar no Amor e na Natu- reza, as duas energias primordiais que deveriam nortear nossa existência.

Sharkfication
Cristiana de Middel
Editora Madalena

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Sharkiflcation é o registro da fotógrafa sobre as favelas do Vidigal, Rocinha, Alto de Boa Vista, Complexo de Alemão e Morro de Santa Marta, – todas no Rio de Janeiro – e propõe debate em projeto iniciado na Nigéria.Em setembro de 2015 a espanhola Cristina de Middel passou um mês entre cinco favelas da metrópole brasileira, em residência pela Fundação Inclusartiz, para uma espécie de continuidade do projeto This is what hatred did iniciado na Nigéria. A fotógrafa voltou mais três vezes à cidade para concluir o que agora a Editora Madalena lança em formato de fotolivro sob o título Sharkiflcation — ”vem de paciflcation, sou mestra em títulos absurdos”, brinca ela.



 

Tempos Modernos
Rodrigo Terra
Terraco

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Coletânea de quadrinhos do mineiro Rodrigo Terra sobre a vida e as peculiaridades dos modernos. Onde eles vivem? Do que se alimentam? Como se reproduzem? Essas e outras questões harmonizadas com ilustrações coloridas, bom humor e um temperinho gourmet.


 

Transite
Felipe Baenninger
Felipe Baenninger

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Em 2013, o fotógrafo Felipe Baenninger resolveu largar o emprego em uma agência de notícias na capital paulista para passar a viver em cima de uma bicicleta. No fim, percorreu mais de 40 mil quilômetros em todas as regiões do país, para pesquisar como a magrela é utilizada em outras cidades. Nasceu daí o projeto Transite.