EDUCATIVO LEBRE

 

Helena Ribeiro Ruschel e Maria Fernanda Carmignotto integram o Núcleo Educativo da Casa Lebre. O Educativo é responsável por pensar, elaborar e realizar propostas de mediação cultural e ateliês de arte para o circuito de exposições da Casa Lebre. As propostas são desenvolvidas para públicos visitantes, como estudantes, professores, públicos espontâneos ou formações específicas. 

Entendemos o Educativo como o coração do espaço . A Casa fica preenchida e ocupada por pessoas diversas vivenciando experiências comuns com a arte. A prática da mediação cultural é utilizada como ferramenta pedagógica para estimular a convivência, plural e afetiva, no  espaço cultural. Recorrendo a recursos como a oralidade, a escuta ativa, a participação individual no coletivo e percursos de criação, estimulamos a conexão entre pessoas de diferentes contextos e ativamos o sentimento de pertencimento de indivíduos com si mesmos, com a cidade e a vida em comunidade. Tudo isso permeado pelas artes.

Seguros dos benefícios que a arte promove no desenvolvimento cultural de indivíduos que vivem em comunidades cada vez mais diversas, as propostas objetivam a reflexão, a livre expressão e a compreensão do mundo enquanto unidade complexa, dinâmica, mutável e passível de ressignificações.

Ensinamos e aprendemos uns com os outros, em encontros com a arte e com os artistas, seus métodos e caminhos de invenção, repletos de inovações e provocações: a arte e a educação como motores político-poéticos de transformações culturais urgentes e reparações históricas no presente. 

Desde 2020 trabalhamos em parceria com a Escola Estadual Professora Alegretti. Com o SAMA, desde 2021. Incluímos a Escola Dom Bruno Gamberini em 2022 e, em 2023 iniciamos novas parcerias com a Escola Moraes Salles e Professor Paulo Silva. Convivemos com cerca de 700 estudantes\ano, entre crianças do SAMA, jovens dos oitavos e nonos anos do Fundamental II e do Ensino Médio. Hoje em dia, cada turma, a depender do programa, frequenta de 2 até 4 exposições de arte contemporânea por ano. 

Estando mais próximos da realidade das escolas de Bragança Paulista, o Educativo Lebre desenvolveu metodologias próprias e diversificadas. Cada encontro com os visitantes é único e nenhuma visita é a mesma. É preciso saber ouvir e perceber grupos como um conjunto de indivíduos, com histórias singulares, saberes e repertórios de vida únicos. Trabalhamos com a matéria da subjetividade na convivência com o outro. Relações afetivas entre indivíduos conscientes de si, e dos outros, promovem a cultura da paz.. 

A cada visita nutrimos o nosso compromisso com a formação cultural de cidadãos. Afinal, estamos ainda falando da Cultura, como um direito que é negado a muitos brasileiros. A Casa Lebre cumpre um importante papel social na cidade de Bragança Paulista, ampliando acessos à arte e aos bens culturais a uma parcela considerável da população jovem bragantina. 

COMO EDUCATIVO TRABALHA? 

O trabalho do Educativo começa muito antes da chegada dos estudantes na Casa Lebre.  As parcerias com as instituições de ensino e as experiências cumulativas, direcionaram nossa ação também para dentro das escolas. A visita começa com o nosso deslocamento para os contextos socioculturais dos públicos visitantes. A primeira aproximação que fazemos com os estudantes é na própria escola. 

Dessa forma, conhecemos melhor a nossa cidade - caminhamos por áreas urbanas centrais, periféricas e rurais. Bragança é grande e diversa. Cada escola se relaciona com a sua comunidade de um modo e enfrenta desafios e necessidades de desenvolvimento próprios. 

Em sala de aula nos conhecemos e iniciamos uma etapa importante do processo de mediação, que é a sensibilização do grupo ao tema da exposição e/ou linguagem artística a ser apresentada. Isso acontece na forma de ateliês de arte, com uso de material educativo específico. Esses encontros são intensos, desafiadores e nos mobilizam a pensar continuamente em estratégias e ações culturais em rede com os demais setores da sociedade civil organizada e com o poder público. Acreditamos que o desenvolvimento integral dos indivíduos se realiza com a  presença de todos os setores da sociedade - da saúde ao lazer, da educação à infraestrutura. 

A experiência direta com a arte é resgatada quando o grupo chega à Casa Lebre. No espaço expositivo e no ateliê acontecem as outras etapas da visita: leituras compartilhadas de obras de arte, fruição, interação social, produção artística e compartilhamento dos processos vivenciados. Estar no mundo, sentir e perceber o que se passa, comunicar e expressar através de diferentes linguagens pensamentos, sentimentos e refletir em conjunto sobre assuntos de interesse dos grupos, são pontos de atenção em todas as visitas.  

OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO 

Em 2022, ampliamos nossa atuação junto a instituições de ensino e passamos a receber na Casa Lebre escolas particulares de São Paulo. Os recursos provenientes destas visitas têm subsidiado outras ações educativas em escolas públicas ou instituições sociais. Além disso, fomenta a qualificação profissional de jovens, em formação continuada na Casa. São jovens agentes culturais, que atuam no espaço cultural Casa Lebre. 

Estas visitas fazem parte de um programa de educação social, que incentiva famílias vinculadas a estas instituições privadas, a financiarem a vinda de estudantes de escolas públicas à Casa Lebre. Dessa forma, atuam de forma direta junto ao terceiro setor, no desenvolvimento do município de Bragança Paulista.  

Esperamos assim, construir uma rede cidadã conectada com o compromisso de minimizar as desigualdades e reduzir - com consciência e responsabilidade - o abismo social que assola nosso país. 

Tem interesse em colaborar? Conheça o programa de educação social aqui. 

 
 

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Conheça propostas para as exposições que passaram pela Casa Lebre:
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EXPO FOTOGRAFIA:
Superfície da Memória
25.02.23 >> 18.04.23
artistas: Shel Almeida + Renata Theodora
curadoria: Martin Zenorini + Helena R Ruschel

PROPOSTA (ateliê Lebre):
olhar a paisagem + recolher a paisagem + fotografar a paisagem
Este exercício procura olhar para fotografia documental, expandindo suas possibilidades. Neste exercício vamos sobrepor camadas de realidade - em forma de objetos - em uma fotografia e depois refotografá-la.
*Os objetos que serão utilizados foram encontrados no mesmo espaço em que a fotografia original foi realizada.
etapa 1> Passeio pela paisagem com os sentidos atentos
etapa 2 > Buscar “o que daria uma fotografia interessante” na paisagem
etapa 3 > Buscar alguns itens que chamam atenção no jardim [lista]
o que eu encontrei? o que podemos contar sobre a paisagem por onde caminhei a partir desses elementos?
etapa 4 > Apresentamos um print PB do mesmo jardim percorrido para busca dos objetos. Vamos exercitar pensar em interferências na fotografia através da sobreposição dos objetos na paisagem fotografada, organizando os materiais coletados em cima do print.
etapa 4 > Vamos fotografar esta outra paisagem que criamos com a interferência dos objetos que coletamos
Vamos conversar sobre as possibilidades da fotografia documental e seus contornos. 

Focos de atenção: 
_ na fotografia
enquadramentos, luz, planos, ângulos, cor, luz, contraste e sombra
o que escolho mostrar na minha fotografia. e porque?
_ nos objetos
o que me chama atenção e porque?
_ na composição
como compor de forma que crie tensão e narrativa?
estudar possibilidades de composição

 

EXPO PINTURA/COLAGEM/INSTALAÇÃO:
Pensamento poético
24.09.22 >> 12.11.22
artistas: Pedro PENTEADO
curadoria: Helena R Ruschel

PROPOSTA (ateliê Lebre):
estudo de forma, luz e cor a partir de um objeto-referência 
etapa 1 > Encontramos no centro da mesa de trabalho uma fruta
etapa 2 > Conhecemos a referência de estudos de imagem de Pedro Penteado [estudo que inspirou a atividade] 
etapa 3 > desenhar com lápis, depois desenhar com giz de cera, depois desenhar com papéis (colagem)

Focos de atenção: 
_ forma, tamanho, cor, luz e sombra
_ o que escolho trazer/mostrar no desenho e de que forma?
_ como me afasto da minha referência mas me mantenho conectado com ela? 

 

EXPO PINTURA
Eu tu todxs
04.07.22 >> 20.08.22
artistas: Camila Alvite
curadoria: Helena R Ruschel

PROPOSTA (ateliê Lebre): Procuro-me 
etapa 1 > tirar uma selfie 
etapa 2 > olhar para a imagem [espelho/foto]
etapa 3 > como vemos esta imagem? qual a percepção que temos de nossa autoimagem? 
etapa 4 > traduzir esta imagem para o desenho. Vamos somar a ideia que temos de nós mesmos (singularidades) + nossa percepção visual (autoimagem).
etapa 5 > passar o desenho para a colega colaborar na construção de seu autorretrato 
etapa 6 > olhar para o resultado: você se vê? vc se identifica?

Focos de atenção:
_ o que é um auto-retrato?
_ o que um auto-retrato pode revelar?

 

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Conheça algumas propostas ONLINE :
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QUEM SOMOS

HELENA Ribeiro Ruschel
É designer, produtora cultural e neta da Lebre que deu origem ao nome da Casa Lebre.
Depois de dez anos exercendo design se voltou para o mundo da arte contemporânea. Começou esta aproximação pelo núcleo educativo da Bienal de SP. Conheceu a produção cultural quando, durante a formação da Escola São Paulo, foi responsável pela produção e expografia de suas mostras. Em 2009 iniciou trabalhos independentes como o OFF Paraty em Foco, a Galeria As, a galeria da Casa de Quem e as Exposições do Café Suplicy, todos utilizados como plataforma para apresentar trabalhos de jovens artistas. Em 2010 foi parar no Estúdio Madalena onde produziu o Festival Internacional de Fotografia - Paraty em Foco por dois anos, a Expedição Fotográfica Rio Pinheiros e o I Encontro de Pensamento e Reflexão na Fotografia. Começou a frequentar Bragança Paulista em 2013 quando passou a fazer parte da equipe de produção do Festival Arte Serrinha e a coordenar os processos educativos da Fazenda Serrinha. A partir de 2017 sua vida se mistura com a da Casa Lebre, desenvolvendo e apoiando projetos que estimulam o pensamento, a criação e a experimentação.

MARIA FERNANDA Carmignotto
Educadora, pesquisadora e produtora independente é graduada em História com especialização em História, Sociedade e Cultura pela PUC-SP. Como produtora, agenciou grupos teatrais, circulou com espetáculos pelo interior de SP e mediou apresentações artísticas em parceria com o poder público de Bragança Paulista. Foi coordenadora da Ong Entrando em Cena por sete anos (2014 a 2021) e participou da realização de projetos incentivados por Leis de promoção à cultura, como o Memórias Vivas, Imagens Vivas Bragantinas (2013-2016) e C.O.R.P.O (2019 a 2021). Idealizou, junto a parceiros, o núcleo educativo da Fazenda Serrinha, o qual coordenou de 2014 a 2020. Atualmente integra a equipe de dois espaços culturais: a Casa Lebre (2020) e o espaço Edith Cultura (2014), onde contribui ativamente para o desenvolvimento do setor cultural do município, promovendo ações de formação e convivência, qualificando jovens para o trabalho e ampliando acessos à arte em diferentes contextos. Também ministra oficinas e cursos nas áreas de mediação cultural e arte educação. Há dois anos participa do ateliê de Sofia Lemos, artista paulistana, onde tem se dedicado a produzir e pesquisar a arte da colagem. Em 2022, teve a sua primeira participação como curadora de uma exposição coletiva de colagem, na Casa Lebre, em Bragança Paulista.

ISADORA Teixeira
Arte-educadora, agente e produtora cultural. Cursou circo, teatro e danças brasileiras no Instituto Entrando em Cena (IEEC) entre 2012 e 2015, quando passou a integrar a equipe de produção da instituição como estagiária. Tornou-se produtora técnica, produzindo espetáculos circenses, auxiliando em frentes diversas como o visagismo dos artistas, a concepção de ambiências, cenários, iluminação e sonorização, permanecendo no IEEC até o encerramento de suas atividades, em 2020. Fundou o grupo circense Trupe Du-arte, e atuou como produtora durante 7 anos. Foi eleita no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Bragança Paulista, ocupando a cadeira de Artes Cênicas, onde pôde contribuir com a aplicação da Lei Aldir Blanc no município, durante a pandemia. Participou de três edições do festival Essência Urbana (2018, 2019, 2021), cuidando dos camarins dos artistas e oficinas. No Instituto Tomie Ohtake, cursou de forma remota Produção Cultural, através da conquista de uma bolsa integral (2021). Produziu a 20ª edição do Festival de Arte Serrinha, em 2022, com o tema BRASIS. Em 2020 ingressou no espaço cultural Casa Lebre, onde permanece desenvolvendo-se como arte-educadora e mediadora cultural, mesclando diferentes campos de interesse, como o acolhimento do público, comunicação e o planejamento de ações em rede.

HECTOR Dubard
Hector é mediador cultural, artista e estudante. Está na Lebre desde 2019 zelando pelo espaço, acolhendo o público e colaborando com a produção dos eventos da Casa. Atualmente se aventura no universo das colagens, ilustrações manuais e escritas, trazendo personagens expressivos e frases provocativas.